quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Foto: Najla

Sempre me interroguei sobre as memórias de cada casa em ruínas. Que histórias nos contam, quantas lágrimas sentiram ou gargalhadas ouviram. Que sentimentos guardam nas suas pedras. Que segredos, que cantos e contos.

E tu, janela, quantas vidas viste passar? Quantas vidas viste abalar? Quantas vidas viste regressar?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009





A ribeira quando enche
Leva o junco acamado
Traz-me tu em teu sentido
Que eu te trago em meu cuidado


Fotos: Najla



sábado, 21 de novembro de 2009


O dia de sexta-feira foi maravilhoso. Para além do dia estar propriamente lindo, cheio de sol, tive o prazer de juntar a família.
E apesar das prendas terem sido todas muito boas, a que mais admirei e achei mais útil, foi sem dúvida, a oferta de umas botinhas iguais às da fotografia. Muitos poderão achar que não são nada femininas. E esteticamente talvez não sejam....mas são muito confortáveis e conjugam lindamente com a máquina fotográfica sempre em punho. Porque só assim consigo percorrer as paisagens lindas onde vivo.....

....mas mesmo assim, digam lá se não são amorosas?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009


Amanhã, sexta-feira, irei organizar um jantar familiar. Mas constou-me que existe uma certa pessoa - que se calhar todos vocês irão adivinhar - que é super supersticiosa, ao ponto de desfazer facas em cruz, de ajeitar quadros de parede tortos, de se benzer quando vê um gato preto, de não passar por debaixo de escadas e de se ir embora quando à mesa estão 13 pessoas.


Ora bem, uma vez que no total seremos 12 pessoas, acho que vou quebrar a regra de ser tudo só família e vou convidar um amigo!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A morte da desgraça


A desgraça faz-me companhia.
Tantas vezes me julguei feliz, tendo-te a meu lado.
Julgava que o amor era aquilo que via e vivia todos os dias.
Uma felicidade única, plena, vivia todos os dias como se do último fosse.
De boca cheia de palavras belas, arremessava com amor, com carinho, com cumplicidade.
Oh desgraça, porque me atormentas?
Respiro fundo. Contemplo o teu desdém, a tua indiferença.
Coloquei toda a minha vida à tua disposição. E porquê? Para quê?
Julguei viver um conto como aqueles que afinal só existem em histórias.
Nunca me apercebi, que afinal, amava sozinha.
Quando partiste, a tua ausência foi preenchida por esta desgraça, espelho de mim, fraca figura.
Quebrei! Afundei!
Peço a morte para amenizar esta dor, que de tão altiva, não me dá descanso, tréguas.
Desgraça, que me fizeste? Tem complacência.
Um coração que amou demasiado não deveria saber o que é o reverso da medalha.
Um coração que amou demasiado nunca deveria provar a solidão.
Desgraça minha, imploro-te a morte, porque a morte minha, será a tua morte.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estou a ficar doente

Sim, só pode!
Hoje levantei-me com uma dor de cabeça brutal. Mas também com o sonho que tive só podia. Sonhei que trabalhava com Sócrates. Sim...esse! O primeiro-ministro!
E acho que era alguém da confiança dele, pois parecia trabalhar directamente com ele.
Por aí podem avaliar o meu estado mental!
Dizem que muitas vezes vamos buscar ao nosso subconsciente os nossos desejos mais profundos que, na prática, não conseguimos concretizar pelas mais variadíssimas razões. E como tal, são reproduzidos nos sonhos.
Acredito que o meu sonho esteja encriptado. Mas no que eu já consegui traduzir, afinal não almejo trabalhar com Sócrates. O que deve estar no meu subconsciente é o saber como é que se consegue fazer tanta falcatrua e tanta aldrabice, praticar tantos subornos e cometer tantas ilegalidades e sair-se sempre impune! Isso sim, é o que deve andar a rabear no meu sonho!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um cheirinho a Natal


Ontem, domingo, sentei-me no sofá, com a Princesa aninhada em mim, a ver televisão. A lareira acesa tentava transparecer um Novembro típico.
Mas não. Lá fora, apesar das nuvens cinzentas, não chove. E apesar da lareira acesa, ainda não faz frio. As blusas grossas de lã e os casacos felpudos ainda não fazem parte do dia-a-dia. Ainda nem me apeteceu beber o típico cacau quente antes de me ir deitar.
E ali estava eu, a deliciar-me com a tarde de domingo sem fazer absolutamente nada, apenas a ver televisão. E a maravilhar-me com os anúncios que passam e que já nos vão deixando contagiados. A cada novo anúncio, grita a pequena "Olha, mamã!", e lá lhe digo que sim, que é muito bonito, a cerca de uns 20 minutos de publicidade de bonecos e bonequitos, de jogos, de telemóveis, de carros e trotinetes demasiado sofisticados, em cada 30 minutos de qualquer filme ou desenhos animados.
E apesar do tempo não o denunciar, estamos tão pertinho já do Natal. Mesmo que lá fora, a mim ainda não me pareça, dentro de casa, o Natal arrebata-me, toma-me de assalto pois entra-me pela televisão.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

E vocês?




Sabem o que é o brix ???????

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um beijo repenicado


Eu e o meu colega tínhamos uma reunião com um director de um serviço público. Ao chegarmos, identificámo-nos e pediram-nos para aguardar na sala de espera, enquanto o senhor atendia um telefonema.
Como a sala estava completamente cheia de utentes, eu fiquei num lado da sala e o colega dirigiu-se para o fundo da mesma.
Ao fim de uns 2 minutos, diz-me o colega num tom de voz um pouco mais alto que o burburinho que se ouvia:
- Esqueci-me do bloco de notas! Dás-me uma folha?
Fez-se quase silêncio na sala. E eu, com um sorriso, acenei com a cabeça um "não".
- Vá lá! - e aumentou o tom de voz - Dás-me uma folha e eu dou-te um beijinho!
Silêncio total! Arregalei-lhe os olhos e fingi que nem o ouvi....mas senti-me a corar perante tantos olhares.
- Ok...se não quiseres um beijo grande posso dar-te um beijo pequenino. Assim, repenicado!
Mas dá-me uma folhinha!!!!!


Juro-vos, apeteceu-me mandar-lhe com o caderno acima.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O significado da vida

Ao lembrar-me do dia de ontem, consigo recordar demasiados dias num dia só. Entre um rodopio de tarefas laborais para fazer, para despachar, para desenrascar, soltam-se algumas gargalhadas entre os colegas, como se fosse o auge do dia, cada gargalhada solta, cada sorriso dado, cada ideia partilhada.

Ao chegar a casa, entre cumprimentos obrigatórios na rua, esperava-me o mais difícil de qualquer função enquanto amiga, enquanto pessoa. Ele, um amigo de longa data, esperava-me no sofá da sala, frente à lareira acesa. Entre soluços e um choro descontrolado, perguntava-me vezes sem conta qual o significado da vida e se valeria a pena continuar a viver. Conhecendo tanto da vida dele, apresentei-lhe todas as coisas boas porque devemos viver, porque devemos lutar. E achando tão injusta esta minha posição entre o desmotivar para a morte e o encorajar para a vida, contei-lhe a história desta menina, que me assolou o pensamento nos dias contidos neste só dia.

E ele, por momentos, parou de chorar, para me ouvir. Afinal, a vida não era justa para ninguém. Mas cabia a nós, enquanto adultos, enquanto seres humanos, lutar e reunir energias para que seres tão frágeis e tão delicados como esta menina, não sofram pelos nossos erros. Que seria do mundo, se há primeira vicissitude de cada um de nós, tentássemos terminar com a vida? O que é no fundo desmoralizador, é que só damos significado à nossa vida quando nos defrontamos com alguém pior.

Enxutas as lágrimas e depois de muito tempo de conversa, lá se recompôs e à saída de casa diz-me num meio sorriso "amanhã voltarei para te ajeitar o jardim".

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Quantos muros mais existirão por derrubar?


"O mundo celebra hoje a queda do Muro de Berlim. Faz hoje precisamente 20 anos que o símbolo da divisão da Alemanha e da Guerra Fria caiu quando, na noite de 9 de Novembro de 1989, uma multidão de pessoas da parte leste da cidade, avançou rumo aos postos fronteiriços que separavam os habitantes da zona leste de Berlim da liberdade vivida a ocidente." (in RTP)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Há precisamente uma semana

Há precisamente uma semana, ali estava eu, sentada naquela poltrona, que já conhecia quase todo o meu corpo e todos os meus movimentos nervosos e ansiosos. Há precisamente uma semana, ali estava eu, tentando transparecer uma calmia inexistente, uma maturidade fictícia, uma postura adulta mas tão, tão tímida.
Há uma semana, as pessoas passavam por mim naquela sala, uma atrás da outra, sem que eu lhes olhasse para as suas feições. Uma por outra lá deixava o seu perfume no ar, mas sem que isso me fizesse levantar os olhos do chão. A dor que sentia no peito, há precisamente uma semana, era tão forte, que me deixava afundar naquela poltrona, assim, quietinha, a ver se a dor passava ou amornava. Uma dor inexplicável, um aperto sentido e tão profundo. O meu próprio silêncio era muitas vezes quebrado por um inspirar mais longo. Mas, assim me ficava, precisamente há uma semana.
E de repente, sinto alguém se aproximar. Não conhecia a silhueta, nem o tom de voz. "Que tristeza lhe vejo. Que dor tem. Há quanto tempo não chora?", e na minha voz arrastada, respondi "Demasiado!". Deu-me a mão, e eu aceitei-a, e lentamente levantei-me daquela poltrona, como se a ela o meu corpo já pertencesse. E mais lentamente, abracei aquela figura tão estranha para mim. E chorei. Chorei como havia anos que não o fazia. Após alguns minutos, limpou-me as lágrimas e passou a sua mão quente pelo meu rosto.
A pessoa que nunca tinha visto, que não conhecia, foi naquele momento, o meu desabafo. "Obrigada", disse-lhe e, tal como em silêncio se aproximou, assim se afastou. E eu, tornei-me a sentar na poltrona, agora num corpo novo, num sentir renovado, numa calmia sentida. Há precisamente uma semana.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Valia a pena pensar nisto


É só impressão minha, ou a maior parte dos homens têm tendência para conduzir ligeiramente inclinados para a direita??

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Tudo começou com um comentário a um post. Depois desse comentário, seguiram-se alguns e-mail's e uma troca mais amiúde de comentários, de textos, de pensamentos e ideias, de imagens...A partir daí, criou-se uma amizade virtual.

Ao fim de algum tempo, conheci-o. A ele e à sua família. Fizeram tantos quilómetros só para que nos conhecêssemos. E foi uma surpresa agradável.

E mais agradável quando soube que partilhava o mesmo signo que eu, que adorava tanto o Outono como eu...e que hoje, precisamente no dia hoje, fazia anos.


Por isso, sr. Paulo Lontro, muitos parabéns!!!!

Espero que o meu grito se ouça, daqui do Alentejo ao Porto!

terça-feira, 3 de novembro de 2009


Durante os próximos 10 dias serei a (pseudo) coordenadora de um projecto.

Mas julgo que a coisa está a correr mal....para que o meu colega me obedeça já o tive de subornar com metade de um pacote de bolachas!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Faltou-me a chouriça


Eu - Doutor, desculpe, pode-me dizer como está a correr a operação do meu marido?
Médico (seco e mantendo uma certa distância de mim) - Não estou em condições para lhe dar qualquer informação!
Eu - Obrigada na mesma.

Familiar de outro doente - Doutor, e como está o meu pai?
Médico (seco e mantendo certa distância da senhora) - Já disse que não estou....
Familiar - Já agora doutor, gostou dos enchidos que lhe enviei?
Médico (sorrindo e aproximando-se) - Ahhh, desculpe, não a reconheci. São óptimos. Lá em casa adoraram.
Familiar - E o meu pai, como está?
Médico (colocando o braço em cima da senhora) - Está bem, a operação correu bem, mas sabe...blá, blá, blá....
Familiar - Muito obrigada, doutor.
Médico (inclinando-se para a cumprimentar com dois beijos) - Qualquer dúvida, ando por aqui...