A noticia chegou cedo. Já esperava por ela há algum tempo, mas desejamos sempre que nunca chegue. Quando a voz do outro lado do telefone proferiu as palavras indesejadas, decidi que talvez fosse melhor, mesmo sentindo-me tão impotente, tão pequena, estar perto dele. E como tal, não sei quando regressarei. Irei estar na sua cabeceira e segurarei na sua mão. E quero estar lá, para quando ele abrir os olhos, ser a primeira pessoa que veja. E que entre o mundo de cá e o de lá, ele veja nos meus olhos, o meu amor. O meu único e grande amor...
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Um sorriso...
Hoje acordei com uma sensação leve e descontraída.
Talvez porque não tenho horários, porque não tenho ninguém em casa, porque apenas sou feliz.
Levanto-me com um sorriso, coisa estranha em mim.
Caminho descalça para sentir o frio do soalho. O arrepio do corpo pede-me agasalho.
A água quente percorre-me, atrevida, como que saudando para um novo dia.
Quase nem olho para o espelho.
Não quero saber dos mil cremes, dos mil perfumes, dos mil sapatos, dos mil trajes...
Visto um jeans e uma blusa de malha. Desembaraço os cabelos e ajeito-os.
Já na rua, as pessoas passam e cumprimentam-me.
O sol de Outono mete-se comigo, aquecendo-me.
O vento conta-me segredos que eu não quero ouvir. As nuvens, uma por outra, metem-se à espreita.
Caminho mas não sei bem para onde vou. A calçada já conhece os meus passos.
O dia ainda agora começou. E é tão bom sentirmo-nos assim.
Sento-me no jardim, onde os mais velhos conversam. Conversas alegres, carregadas de saudade e de passados.
Talvez porque não tenho horários, porque não tenho ninguém em casa, porque apenas sou feliz.
Levanto-me com um sorriso, coisa estranha em mim.
Caminho descalça para sentir o frio do soalho. O arrepio do corpo pede-me agasalho.
A água quente percorre-me, atrevida, como que saudando para um novo dia.
Quase nem olho para o espelho.
Não quero saber dos mil cremes, dos mil perfumes, dos mil sapatos, dos mil trajes...
Visto um jeans e uma blusa de malha. Desembaraço os cabelos e ajeito-os.
Já na rua, as pessoas passam e cumprimentam-me.
O sol de Outono mete-se comigo, aquecendo-me.
O vento conta-me segredos que eu não quero ouvir. As nuvens, uma por outra, metem-se à espreita.
Caminho mas não sei bem para onde vou. A calçada já conhece os meus passos.
O dia ainda agora começou. E é tão bom sentirmo-nos assim.
Sento-me no jardim, onde os mais velhos conversam. Conversas alegres, carregadas de saudade e de passados.
Alguém acena-me. Retribuo o gesto.
E por longos minutos aprecio a vida, o momento.
Afinal, tudo é tão simples.
Redobro forças e vontade.
Fecho os olhos, respiro fundo e espero sentir sempre esta plenitude...cada vez que acordar com um sorriso.
E por longos minutos aprecio a vida, o momento.
Afinal, tudo é tão simples.
Redobro forças e vontade.
Fecho os olhos, respiro fundo e espero sentir sempre esta plenitude...cada vez que acordar com um sorriso.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
O segredo dos seres e do mundo
"Sentia-me à vontade em tudo, isso é verdade, mas ao mesmo tempo nada me satisfazia. Cada alegria fazia-me desejar outra. Ia de festa em festa. Acontecia-me dançar noites a fio, cada vez mais louco com os seres e com a vida. Por vezes, já bastante tarde, nessas noites em que a dança, o álcool leve, o meu desenfreamento, o violento abandono de cada qual, me lançavam para um arroubo ao mesmo tempo lasso e pleno, parecia-me, no extremo da fadiga e no lapso de um segundo, compreender, enfim, o segredo dos seres e do mundo. Mas a fadiga desaparecia no dia seguinte e, com ela, o segredo; e eu atirava-me outra vez."
Albert Camus, in "A Queda"(citador)
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Triste alma a tua
Oh triste alma que vagueias, à espera de auxilio, de bênção, de perdão, de mão, de um porto de abrigo.
Oh triste alma que perdeste o sentido da vida, o reflexo da alegria, o sabor da vitória, a aventura da paixão e o ardor do amor.
Oh triste alma que caíste em tentação e não recuperaste a estima, o orgulho, a bondade, a vontade.
Oh triste alma que esperas que o mundo pare de girar para te ajeitares, para te sentares direita, para repousares o espírito.
Oh triste alma que perdeste a noção da amizade, do encanto, da fantasia, do segredo, da descoberta, da cumplicidade.
Oh triste alma que te deixaste morrer e abandonaste o teu corpo, sem sentido, sem direcção, sem flores, sem lágrima, sem dor.
Oh triste alma que nunca subiste a uma montanha, nunca sentiste o sabor do vento e caricia da chuva.
Oh triste alma que foste, que abalaste e não recuperaste da vida imunda, não lutaste, não gritaste.
Oh triste alma que de vez te perdeste!
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Dúvidas da minha vida
Qual é o tempo necessário que precisamos para conseguirmos admitir que alguém se foi embora de vez e que nunca, mas mesmo nunca mais voltará?
Quando é que conseguimos conjugar o verbo "morrer" no passado e aplicá-lo como uma acção do presente?
Porque é que o sentimento de vazio cria um aperto no peito e quanto mais chorarmos, mais vazios e mais apertados nos sentimos?
Como é que conseguimos sentir a presença de alguém que desapareceu, mas que amamos tanto, e nos é proibido tocar e ver?
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
"A Vontade de Poder"
"Qualquer que seja a sua situação, um homem tem necessidade de juízos de valor, mercê dos quais justifica - aos seus próprios olhos, e sobretudo aos dos que o cercam - os seus actos, as suas intenções e os seus estados; melhor dizendo: a maneira de se glorificar a si próprio.
Toda a moral natural exprime a satisfação que uma certa espécie de homens experimenta. Mas, tendo nós necessidade de elogios, também a temos de uma tábua concordante de valores, na qual os nossos actos mais fáceis figurem como os que exprimem a nossa verdadeira força e sejam os de mais elevada estima. É naquilo em que somos mais fortes que queremos ser vistos e honrados."
Friedrich Nietzsche
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Ontem, fui visitar a sogra ao hospital, que foi submetida a uma pequena intervenção.
Ela (olhando para o filho) - Sinto-me tão tonta! Sabes, o quarto parece que anda à roda....
Eu (mas quem me manda a mim não saber calar a matraca?!?) - A anestesia, no pós-operatório, poderá dar origem a tonturas! (mas claro que eu jamais poderia ter razão!)
Ela - Deve ser a tensão!
Filho - Mãe, a anestesia faz isso!
Ela - Talvez! Mas acho que se não é da tensão poderá ser da diabetes!
Eu (realmente sou mesmo parva!) - Mas você não tem diabetes!
Ela - Ah! Já sei! É de eu levar já 2 dias sem ir à casa de banho!
Conclusão (minha, claro): já tinha reparado que muitas das conversas e atitudes dela só podiam derivar de uma coisa: a subida ao cérebro de algo derivado da prisão de ventre!
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Não se pode ter tudo! Mas que mal faz o cagulo?
Hoje, dia de rescaldo eleitoral, tirei 2 conclusões: ganhei a nível pessoal mas perdi a nível profissional.
Não sei bem se não preferiria o inverso.
Se perdesse a nível pessoal, andaria uns dias com o estigma da perda e o amargo da boca. Mas passaria.
Assim, terei de andar com o sentimento de uma mudança fracassada. Mas passará...daqui a 4 anos!
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
A primeira chuva de Outono
A primeira chuva de Outono cai.
A beleza do momento apazigua o abafado que se instalou.
Refugio-me na única divisão sossegada da casa.
Para mim, é um momento sagrado.
Abro as janelas e respiro o ar húmido.
Sinto o cheiro da terra.
Ouço passos apressados.
Uma inquietude.
Encosto-me à ombreira fria que me trespassa o pijama de cetim.
Abraço-me.
Em pensamentos-relâmpago passam muitas vidas...mas não tento traduzir.
De repente, apetece-me cacau quente!
Cacau quente para o aconchego.
Para me acalmar.
Para me percorrer.
Para me invadir.
E outro pensamento recai sobre alguém.
Alguém que não conheço.
Mas gosto.
Alguém que me ouve e sente.
Mas não me vê.
Alguém que me adoça.
Mas está longe.
Alguém que não conheço a feição.
A chuva continua a cair.
O pensamento foge novamente e segue o regato.
"Um dia..." penso sempre no amanhã mas consciente do presente.
Fecho os olhos e esvazio a mente para ouvir o silêncio.
Silêncio invadido pelo bater da chuva.
A chuva que me descodifica e mostra o meu ser.
A chuva que significa um novo ciclo.
A chuva que transporta a saudade.
Mas, afinal, ainda é a primeira chuva de Outono!
re-edit
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Estou nas nuvens!
O fim-de-semana correu muito bem. Descansei mucho, mucho, mucho. Brinquei também às bonecas, dei-lhes papas, mudei-lhes as fraldas e tentei andar de triciclo. Consegui plantar um limoeiro e fiz um bolo. Andei a passear pela vila e namorei muito. Dei muitos abracinhos e beijinhos. Peguei no meu velhote TT e corri as serras, o que me valeu um valente escaldão nos ombros e nariz. Almocei galinha do campo e bebi café feito ao lume de lenha. Recebi muitas visitas e recordámos muitos momentos. Consegui ler os jornais no próprio dia e só liguei a televisão para ver o meu glorioso.
De um modo geral, estou maravilhada, com forças redobradas e muito, muito feliz.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Bom fim-de-semana prolongado
Apesar da semana ter sido particularmente difícil, não costumo remoer muito sobre as mágoas..... e como tal, hoje sinto-me poderosa! (lembram-se desta deixa numa qualquer novela? eheheheh).
Hoje já é sexta, o CD de música latina está a rodar, o dia está lindo, eu sou linda (sou mesmo muito humilde, não sou?). Ainda por cima houve quem me alegrasse o dia com esta frase "tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha erecta e o coração tranquilo...". (WernerHS)
Obrigada a todos pelo colo!
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Um novo dia
O relógio do carro marca 18h45. Estou parada frente a casa, dentro do veículo, sem saber muito bem se hei-de sair ou se me deixarei ficar e gozar um pouco daquele silêncio. O rádio, a minha única companhia nas viagens, estava desligado. O dia fora particularmente difícil. Muito difícil. Após uma jornada de trabalho, uma reunião imprevista. E perante o desenrolar da mesma fui-me perguntando sobre as qualidades de um bom líder. E, dentro dos meus valores e da minha ética, sempre estiveram bem definidas. E quando, em plena reunião, após um dia de trabalho particularmente difícil, somos maltratados, humilhados e desrespeitados, toda a minha noção de líder se desvaneceu. Para além de me parecer um momento surrealista, sabia que não podia ficar calada. E não fiquei. Foi uma luta renhida e dolorosa. Até porque quando não se luta com golpes baixos e sujos, sai-se sempre a perder.
E neste momento, dentro do meu carro, questionava-me vezes sem conta a origem de tudo aquilo, ainda sem perceber muito bem a sua essência. Só sabia uma coisa, apesar das feridas e da mágoa que me fizera aquele que eu sempre respeitei enquanto líder, eu conseguia sair de coração limpo e respirar com tranquilidade. Porque afinal, sem qualquer culpa, tinha defendido um grupo. O meu grupo. O grupo que eu todos os dias via e que era uma extensão da minha família. Um grupo que partilhava todos os meus momentos.
O silêncio parecia dar-me forças para sair. Talvez ficar na rua, sentir o vento sul na face, para me dar alento e coragem. Amanhã seria novo dia e as feridas teriam de estar saradas. Apesar de me sentir fraca, a luta justa tornara-me forte. Porque afinal "não é a injustiça em si mesmo que nos fere, é o sermos vítimas dela"...e amanhã será novo dia!
citação de Pierre Nicole
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