
A desgraça faz-me companhia.
Tantas vezes me julguei feliz, tendo-te a meu lado.
Julgava que o amor era aquilo que via e vivia todos os dias.
Uma felicidade única, plena, vivia todos os dias como se do último fosse.
De boca cheia de palavras belas, arremessava com amor, com carinho, com cumplicidade.
Oh desgraça, porque me atormentas?
Respiro fundo. Contemplo o teu desdém, a tua indiferença.
Coloquei toda a minha vida à tua disposição. E porquê? Para quê?
Julguei viver um conto como aqueles que afinal só existem em histórias.
Nunca me apercebi, que afinal, amava sozinha.
Quando partiste, a tua ausência foi preenchida por esta desgraça, espelho de mim, fraca figura.
Quebrei! Afundei!
Peço a morte para amenizar esta dor, que de tão altiva, não me dá descanso, tréguas.
Desgraça, que me fizeste? Tem complacência.
Um coração que amou demasiado não deveria saber o que é o reverso da medalha.
Um coração que amou demasiado nunca deveria provar a solidão.
Desgraça minha, imploro-te a morte, porque a morte minha, será a tua morte.