quinta-feira, 23 de abril de 2009


Como é possível que as palavras que saem da minha boca e do meu pensamento, palavras essas irreais recolhidas e resgatadas de uma irrealidade, se transformem em verdades, em dias, em momentos tão reais?
Trazia em mim, durante estes dias, a mágoa, um choro contido. Há que ser e parecer forte. Por nós, pelos outros. Jamais esmorecer. Jamais baixar olhos e a guarda.
Sentada na cama, que me parece tão grande, demasiado, tão vazia, questiono-me sobre a importância que damos à vida e às coisas, o caminho que percorremos, não que seja porque queremos, mas porque socialmente é aceite.
Questiono-me sobre as minhas exigências e obsessões.
Afinal, de que vale o robe e os sapatos alinhados e metodicamente arrumados, se não há ninguém que os use?
De que vale em cada divisão da casa, haver uma televisão, se necessito de silêncio?
Para que quero um sofá tão grande, se me aninho num canto?
Para que tenho tantos livros e tantos cd's, se nem me apetece ler, nem ouvir, nem abrir os meus olhos?
Porque guardo aquela blusa para momentos especiais se teimo em não usar?
Espero, ansiosa, companhia. Porque criei esperanças e fiz planos. Não admito desilusões, nem desgostos! Não agora! Não hoje! Não neste momento!

9 comentários:

Osga disse...

Hoje podes estar sozinha mas amanha pode ser o contrário...

Só nos resta é esperar.

Vício disse...

porque a vida é mudança e o que tu queres hoje por ser o que venhas a ter amanhã!
e inconscientemente(?) sabes disso...

Neil disse...

De que serve viver sem não procuramos a felicidade?

Agora fizeste-me lembrar um poema do Fernando Pessoa que dizia mais ou menos assim:
"Se estou só, não quero estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar,
da maneira que não estou!"

Bjoooooooooooos

Paulo Lontro disse...

Um beijo amigo e Lontro para ti.

Maria Clara disse...

Nunca se deve fazer planos AMIGA, quando se fazem não se realizam...
UM DIA AS COISAS ACONTECEM SEM PLANOS........
BEIJINHOS
MARIA

Rolando Palma disse...

Para que quero um sofá tão grande, se me aninho num canto?

Nunca tinha pensado nestes termos.
Mas pegando nessa ideia...

Para que queres tantas palavras,
se só usares aquelas poucas ?

Porque o futuro é... incerto, não é ?

Eu, às vezes, penso nisso...

najla disse...

Osga, ;D

Vicio, talvez...

Walter, nem mais! Queremos sempre o que não temos. Mas neste texto, apenas queria, o que tenho!

beijos

najla disse...

Paulo, ;)

Maria, mas eu teimo em fazer...pura teimosia!! :)

beijos

najla disse...

Entremares, o futuro é tão mas tão incerto. E como é possivel ser ainda mais imprevisivel...

beijos