Vieste, menina, bater à minha porta.
Menina mendiga, menina dos olhos de mel.
Estendeste a pequena mão dos teus singelos 4 anos.
Menina de pouca idade, onde os dias para ti são anos.
Num impulso neguei-te. Numa reacção irreflectida julguei-te como a tantos outros. Num momento deixei-te abalar, menina dos olhos doces.
Quando reconheci o meu erro, menina, corri. Procurei-te. Vasculhei as ruas, o jardim, o quarteirão.
Perguntei pela menina dos olhos de mel, sem eira nem beira. A menina que eu neguei, que deixei abalar...
Alguém me informa, menina, que afinal tens um lar. Tens uma família. Tens um colo. Apenas, menina dos olhos doces, mendigas por distracção com a lição bem estudada.
Afinal, menina mendiga, tens eira e beira.
E então porque choro?
E então porque sinto esta dor no peito?
E então porque me martiriza a culpa?
E então, menina mendiga, de olhos doces, que vieste bater à minha porta.
6 comentários:
Tantas meninas assim de olhos doces perdidas por aí.
bjos
Tita
Verdade...tantas meninas perdidas,,
Tenha um bom começo de semana
Bj
Simplesmente Lindo...
infelizmente isso acontece com cada vez masi frequencia nesse pais, mas de proxima vez pense um pouco antes de negar.
Tita, verdade...infelizmente verdade!
PaulaPan, ;)
Joéliton, bem vindo. Esta menina não estava perdida! Apenas mendigava porque assim foi ensinada a fazer....
João Guilherme, bem vindo. Quase todos os dias há meninas destas, bem ensinadas, a fazer este papel. Todos os dias há sempre alguém a bater-nos à porta! Infelizmente....
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