segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A vida


Este domingo, depois de muito me atazanarem a cabeça, lá me convenceram a ir a uma sessão de reiki. Desconhecedora dos procedimentos, entrei um tanto ou quanto, digamos, ansiosa. E depois de tentar não ter dores de cabeça com o cheiro a incenso, lá me conduziram para um espaço mais reservado do resto do pessoal. E a conclusão a que chegaram foi esta:

"tens grandes bloqueios emocionais. És uma pessoa muito inteligente, tens um grande coração, és muito altruísta. Tens uma capacidade enorme em perdoar mas é-te complicado pedires perdão. Tens tudo para seres feliz, tens uma família que te adora, tens um marido espectacular, uma filha maravilhosa, uma vida muito boa! Mas sentes-te constantemente infeliz. Andas triste! E senti que tens uma ferida em aberto com o passado. Há algo que queres esconder e queres esquecer e que te atormenta. Apesar de teres uma boa energia, és extremamente rígida, principalmente contigo. E isso faz-te afastar-te das pessoas. Não permites enganos, não dás oportunidades, não és flexível. E isso tem de começar por dares a oportunidade a ti própria. E quando deixares de ser tão rígida, estarás pronta para outro grande passo: o teu passado!"

E anda uma pessoa uma vida inteira a tentar esquecer o que passou. O passado a ele pertence e aí deve ficar. Mas acredito que se o passado interferir com o presente, então deixará de ser passado para caminhar ao lado do presente, paralelamente como que um tormento. Mas será que isso não poderá alterar o nosso presente? Será que esse deslindar do passado não deixará a ferida ainda mais aberta e exposta? Será que os que fazem parte do nosso presente aceitarão a mágoa do passado? Muito antes de tentarmos compreender o que nos faz infeliz, o que poderá provocar algumas alterações de humores, um chorar desalmado sem explicação, deveremos antes perguntarmo-nos, se é justo para as pessoas que nos cercam possam vivenciar o que nós tanto lutámos por esquecer. Ou se é injusto os presentes tentarem acalmar uma ansiedade que eles desconhecem. Nós às vezes complicamos a vida, não vos parece?

7 comentários:

Vício disse...

será que percebi bem?
se tu deixares de ser tão rigida vais construir uma máquina do tempo?

najla disse...

Já viste, Vicio, que fixe? Agora deixa lá ver se me meterei nela! Queres ser voluntário???? :)

Li disse...

Najla... o perceber e arrumar no seu lugar não é esquecer...

A bagagem que trazemos influencia-nos de maneiras diversas e qdo estiver devidamente arrumado, no passado, que é isso que é, então o caminho do futuro apresenta-se mais calmo...

Isto saiu-me bem mas confesso que me custa pô-lo em prática... complicamos de facto às vezes...
Beijinhos

Vício disse...

acho melhor não porque tu podes arranjar as coisas de maneira que ela só sirva para viagens de ida...

najla disse...

Li, entendo-te. Mas por vezes torna-se complicado dizerem-nos que temos essa tal "ferida", que realmente sabes que te "doi" mas não te lembrares do que se trata.

bjinhos

najla disse...

Vicio, só há uma pessoa que eu programava para ter só viagem de ida! E garanto-te que não és tu....:)

Li disse...

Como eu te percebo! E às tantas ou as esquecemos como meio de defesa ou de propósito porque de facto magoaram...

O que importa é estarmos bem e para nós, acima de tudo. Por isso desejo-te o que peço para mim, coragem e força para resolver o que há para ser resolvido. :)