Um Feliz e Próspero Ano Novo

A cada ano que passa, teimo em não fazer planos para o ano que se avizinha. Sim, pura teimosia!
A cada ano que passa costumo apenas fazer um balanço do que se passou. Costumes...

Olho para o meu percurso profissional e recordo o dia que me disseram que ia ser aumentada. Deveria, como qualquer mortal, ter ficado eufórica e de ter comemorado. Mas não! Apenas consegui recordar todos os sacrifícios feitos ao longo de 7 anos, sem qualquer reconhecimento, um trabalho de bastidores, para que outros fossem aplaudidos, as lágrimas que prendi e os "elefantes" que engoli...

Daqui, só consigo espremer de bom, a amizade que cresceu com alguns colegas, a partilha, a cumplicidade, os risos, as asneiras, o empenho...e ver que afinal, por eles, os dias valeram a pena!

Os amigos! Ah...os amigos! Houve quem se afastasse, houve quem se aproximasse. Pessoas que considerava amigas, vi-as abalar. Outras porém, vi crescer algo único. E claro, houve sentimentos que se consolidaram, que amadureceram. E é tão bom, quando precisamos de alguém e esse alguém está ali...

E é tão bom quando, em momentos menos bons, ouvimos "só me lembrei de ti!".

A família! O meu suporte, o meu pilar!

Houve um dia, em que alguém me perguntou como é que eu consigo dar sempre a volta mesmo em situações delicadas e por vezes extremas. E afinal, a cura é tão simples e oferecida de mãos e braços abertos: a família!

É nela que me refúgio e é em casa que acento ideias. E agora mais do que nunca, sinto um desejo quase vital de regressar a casa a todas as horas, abraçar a cara-metade e claro, o meu bem mais que precioso: a minha princesa!

Também durante este ano, tentei ser mais altruísta, mais solidária. Dei muitas vezes o ombro, o colo, o lenço, a casa, o tempo e a palavra.

Percorri quilómetros apenas para quem precisasse sentisse que eu estava ali.

Dei muitas vezes o conselho que mesmo que a vida não nos sorria, sorrirmos nós para a vida...porque esta, esta é muito curta e única!

Valorizo mais cada dia que passa, o sitio onde vivo. Pelos cheiros, pelos costumes, pelas pessoas, pelas tradições, pelas raízes, pelos ensinamentos, pela cumplicidade....por tudo!

Aprecio a companhia dos mais velhos. Com eles tenho aprendido e tenho conseguido ser uma pessoa mais tolerante, mais permissiva, mais sensível.

Contudo, o mau génio não desapareceu definitivamente....mas esforço-me, sem dúvida!

Quis partilhar um ano inteiro convosco e de certo partilharei mais outro...mas este quase em directo. Agradeço a quem me lê e que aos poucos me vai conhecendo.

Um próspero ano novo e que seja em tudo melhor que o que passou!

Feliz Natal para todos

Muito tenho lido e visto sobre o Natal.

Não vou fazer nenhuma dissertação sobre o tema, apenas recordar os meus tempos de menina.

Eram as luzes, as pessoas, a árvore de Natal, enfeitada com alguns chocolates (daqueles que eu via na televisão a preto e branco), o ambiente....tudo!

Tudo me maravilhava.

Na minha família, assim como na maioria das casas, havia a tradição de juntarmo-nos para a respectiva ceia e aquele ser um momento definitivamente da e para a família.

Havia alegria. Risos. Pairava no ar o cheiro a bolos.

Lembro-me de ver a felicidade estampada no rosto dos meus pais, dos meus tios, primos e avós.

Lembro-me da correria que eu e os meus primos fazíamos pela casa.

Era um dia especial porque podia-lhes mostrar os meus livros, os meus brinquedos e algumas habilidades minhas imaginárias, como preparar um bolo, também ele imaginário.

Nessa noite, depois de todos partirem, ia-me colocar à janela do meu quarto, à espera do Pai Natal.

Sim, era ele que me trazia um ou dois brinquedos.

Eu pedia quase sempre o mesmo.

Ou um livro da colecção Anita ou uma boneca Tucha.

Olhava a rua, deserta, e achava que ele estava já atrasado...mas também, o presente só chegava de manhã.

Quando eu acordasse, estava debaixo da árvore.

Era um castigo os meus pais convencerem-me a deitar...e depois de tanta labuta, lá o sono me vencia.

E os sonhos nesta altura, eram coloridos.

Eram inocentes, tranquilos, traquinas e especiais.

No dia seguinte, o Pai Natal não se tinha esquecido de mim.

E eu, com todo o entusiasmo de uma criança, abria os presentes na companhia dos meus pais. Também eles radiantes e para mim, lindos!

Este era o meu Natal.

E ao longo dos tempos, temos tentado manter a tradição!

Novos elementos chegaram à família, outros por destino, partiram.

Mas permanece toda a magia da noite, alegria, felicidade e cumplicidade.

E com isto, apenas quero desejar a todos vós um Feliz Natal.

Eu sou menina

"Nas caixas de lápis guardam os meninos os seus sonhos"

Ramón Gómez de la Sena

Jogo duplo

Todos nós sabemos que as "guerras", "batalhas", "pirrices", "conflitos", "concorrência", entre sogros e os respectivos cônjuges dos filhos, não é de hoje.

E pior então, se falarmos nas "guerras", "batalhas", "pirrices", "conflitos", "concorrência" entre sogras e noras.

Estas últimas vistas como a intrusa manienta e peneirenta que teve a ousadia de "roubar" o querido à mãe. E a coisa ainda se complica mais, se este "querido" ou for filho único ou for o filho especial.

As sogras, são vistas pelas respectivas noras, como manipuladoras e usurpadoras da livre escolha dos seus queridos filhos.

E claro no meio estão Eles, umas vezes pendem para um lado, outras para outro...mas raramente acertam!

E é vê-los, passivos, por vezes refastelados no sofá, a ver o confronto tipo jogo de ténis, causando ainda maior ira.

Mas como por enquanto ainda não sinto na pele as sensações e agonias das respectivas sogras, e uma vez que as queixas do pessoal amigo também não, só poderei ficar do lado das respectivas noras - nem sei bem porquê!!!!

A criança faz uma birra!

Sogra - Que mau feitio! Só podes sair à tua mãe. O teu pai era um santo!

A criança faz uma gracinha!

Sogra - Que engraçado! Que inteligente! Sai mesmo ao pai...

O querido filho decide ir buscar ao molho da roupa por passar, uma blusa, preferindo aquela às 200 que estão na gaveta!

Sogra - Ai desgraçado do meu filho, ultimamente andas muito mal vestido.

O querido filho decidiu vestir uma das 200 blusas da gaveta e aparece todo jeitoso.

Sogra -Ultimamente andas mais vaidoso que o costume....devem ser influências....

O querido filho decide fazer uma dieta alimentar e nota-se estar mais magro 1 ou 2 quilos.

Sogra - Ai meu filho. Estás uma lástima! Estás tão magro. Andas a passar fome? A comidinha da mãe é sempre diferente...

A besta da nora oferece à sogra um micro ondas como prenda de aniversário.

Sogra - É giro! Se fosse uma televisão dava mais jeito!

A otária da nora oferece à sogra uma televisão como prenda de Natal.

Sogra - É gira! Mas como não tenho onde a meter, irá para o sótão!

Portanto, qualquer dia vemos as respectivas noras, conseguirem a sua maior cara de diabo e num grito histérico e diria mesmo, colérico, dizerem:

- Oh suas gordurosas entoicinhadas de moustache, e se nos desamparessem a loja e fossem dar banho ao cão?

Por isso, caras respectivas meninas que poderão vir a ser noras, tenham sempre atenção na altura da escolha, e prefiram um querido filho órfão!

Pode ser de ambos os progenitores....não vá o diabo tece-las!

Die religion...Sie ist das opium des volkes

"O sofrimento religioso é, a um único e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real.

A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas.

É o ópio do povo."

Karl Marx

Desculpas

Não rara é a semana, que um colega meu liga-me para dizer que vai chegar atrasado.

O que de facto me deixa perturbada não é ele chegar atrasado, mas as desculpas que depois eu tenho de inventar para não ser gozada com as que ele, de facto, me dá:

- "Sabes, tenho a peixa a ter bebés e tenho de estar aqui, a passá-los para a maternidade, porque os outros peixes comem-nos!"

- "Avariou-se o congelador e estou a cozinhar toda a comida!"

- "Estou doente, não vou hoje. Estou com 37º de febre....estou acamado!"

- "A caixa do correio está um pouco danificada e como não tenho recebido correspondência, vou ficar hoje à espera do carteiro."

- "O carro gripou ontem. Não sei o que se passou. Nem pega. Não liga. Nada! Hoje lá fui com ele para a oficina em 1.ª, 2.ª...."

Luz

Nos dias onde o cenário tem tons cinza,

E o horizonte não se perde,

Onde o nevoeiro não passa,

E as folhas caem ao contrário,

Onde os pássaros não voam,

E as pedras levitam,

Onde as pessoas não sentem,

Aparece sempre uma luz, mesmo que ténue, mesmo que frágil, para nos lembrar que há sempre esperança e que o mundo, afinal, não está assim tão ao contrário.

Raízes

Foto: Najla

"Tou munto bem refastelado aqui nos Mirantis, mesm' arrimado à estrada, na valeta, mas já sinto agasturas e almareios, pois tou apanhando a storrêra toda, e nem a magana de uma bóina tenho em cima da cabeça. À mas ele atão nã fazia agora nada a uma cocharrada de água (...).

Sabe-se que me dava ânsias...

Os altmóveis e as motas tão passando um disparate mas nã há ninguém que dê devaia. Se calhar é melhor buscar outro poiso, nã venha algum alarve de esgalha bordão e me dê algum tropaiço, que me mande p'ro oitêro dos velhacos. (...)"

José Correia

Meu sol

Meu céu

Meu horizonte

Meu caminho

Minha terra

Fotos: Najla

Foi-me oferecido com muito carinho

Foto tirada por je

Acreditem!!

Acho que tão breve não irei lá

Imaginem-se deliciadas com o novo médico estagiário, tipo clone de Eric Dane (médico em Anatomia de Grey), dentes perfeitos, quando sorri os olhos também "sorriem", um perfume intenso, um modo de falar delicado (nada amaricado!!!), daquele tipo de homem em que de certo iríamos parar ao inferno e vos faz as seguintes perguntas:

- Está no período fértil????

- E de intestinos, é regular????

Juro-vos que por breves instantes fiz a minha cara n.º37, a camelótica....como na foto!

Dizem eles que isto é moda

Estou um pouco indecisa quanto ao modelo a escolher...

Só hoje

Hoje, não queria estar aqui.

Hoje queria apaziguar esta tormenta que me assola e aflige.

Já não consigo mais!

Todos os dias julgo que amanhã será melhor e o amanhã teima em não chegar.
Apetece-me fugir.
Refugiar-me num local qualquer sem endereço, sem direcção.

Um sitio onde pudesse pensar em silêncio.
Um local onde pudesse repousar ideias e...a mim.
Já não consigo mais!

Esta revolta que me absorve e me transforma, toma conta de mim.
Perdi o sorriso!
Não consigo mais!

O que foi feito de mim?

Tanta gente me rodeia, tanta gente sem me vêr, sem me ouvir, sem me olhar, sem me sentir.
Já não consigo mais!
Trago escondida a mágoa, o ciúme, a indiferença.

O que fizeram de mim?

Hoje não queria estar aqui.
Já não consigo mais!
O que será feito de mim?