sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Eu...


Ouço, ao longe, os pássaros,
em turbilhão,
procuram refúgio.

Sinto, na face, o vento,
em desvario,
procura aventura.

Cheiro a terra que
a chuva ousou,
em desespero
tocar, penetrar, acalmar.

Vejo as nuvens que
em desalinho,
se amontoam,
se atropelam e procuram
boa sorte.

E eu, em passos sossegados,
na lentidão do
gesto, na harmonia da alma,
envolvida na
minha própria essência.

Sinto,
cheiro, vejo,
ouço
a vida em torno de mim.
Torno-me em céu, em chuva,
em voo, em grão de terra,
em vento.