Mesmo que se faça zapping por todos os canais informativos, as palavras de ordem são quase sempre as mesmas "crise", "fundo", "PIB", "austeridade", "cortes", "congelamentos", "desemprego" e continua...
Se analisarmos as noticias na internet ou nos jornais e tentarmo-nos alegrar, pois....é mentira!
Sem dúvida que o País atravessa uma grave crise económica e que faz a todos andar muito tristonhos. Todos os dias se ouve falar em créditos mal-parados, famílias com cerca de 15 e 16 créditos, penhorados e endividados até ao pescoço.
Sente-se no ar uma melancolia constrangedora e apercebo-me que na aldeia em que vivo, e que até hoje julgava um cantinho no céu, já há pobreza, já andam a mendigar, já se anda a angariar produtos alimentares para conseguir colmatar esta crise e o desespero de quem gasta tudo em medicamentos e não tem dinheiro para comer.
Vejo as pessoas, nos corredores dos supermercados, com uma atenção redobrada ao produto que mete no carrinho, independentemente da qualidade, vê-se primeiro o preço.
Apercebo-me que nas mercearias da aldeia, é um número infindável de "meta na conta que depois eu pago!".
Ainda as lareiras nem se acenderam, ainda nem a alma acalentamos e já se vê pouco movimento na rua, no café. As petiscadas com os amigos reduziram e as pessoas trazem um semblante carregado.
E pior, muitos nem saberão se conseguem manter o emprego até ao Natal.
Muitos carros que vemos encostados, apercebemo-nos que estão avariados pela quantidade de erva que nasce debaixo deles, porque os proprietários não têm dinheiro para os mandar arranjar.
A escola ainda se mantém aberta, porque conseguiram arranjar um menino-fantasma para manter a tal conta dos 21 alunos. E assim os pais ao menos vão poupando nos passes....mas até quando?
E depois de tudo isto, os media não nos ajudam! As noticias são tristes de um Portugal triste, de lares inteiros tristes e desesperados.
E o grave, grave é que anda uma maioria tristonha, desesperada e a tentar sobreviver para que exista uma minoria alegre e feliz à conta de todos nós!