sexta-feira, 30 de abril de 2010

Pérola # 2


Eu - Sabes que andas com a braguilha aberta?
Colega - Sim, sei! É de propósito!
Eu - De propósito? Andas nessa figura e sabes?
Colega - Sim. Sabes, tenho o fecho estragado. E ontem levei o dia inteiro sem poder fazer xixi porque não consegui despir as calças. Só consegui abrir o fecho já em casa, à noite. E hoje, não me apeteceu mudar de calças, vim com as mesmas mas de braguilha aberta!
Eu - Jesus....tu não existes, homem! Preferes andar a mostrar o cuecão?
Colega - Sabes lá as dores que tive na bexiga por levar um dia sem a aliviar!! Hoje isso não acontece! Mais vale mostrar o cuecão que molhar o cuecão!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Foto:Najla

Perguntaram-me há uns dias, o que eu faria caso soubesse o dia exacto em que iria morrer. Como iria viver até lá, o que iria fazer ou deixar de fazer, as pessoas que procuraria ou talvez não, o que tentaria remediar ou mudar.
Nunca perdi muito tempo a pensar no dia antes do fim, como se a vida se tratasse apenas duma equação efémera. Mas confrontada com a questão, das poucas certezas que tenho na vida, este dia não o quereria saber. Porque não vejo a incógnita, o desconhecido, o não saber, como algo mau, ruim ou de pura ignorância. Porque teria eu de mudar algo se soubesse o dia, se sou consciente de todas as minhas acções, reacções, atitudes e comportamentos?
Daria eu mais amor a uns do que outros? Mais ou menos atenção? Tentaria remediar situações que até agora não fui capaz? Pois, não sei. O passado jamais poderei mudar. Apenas posso mudar o meu presente, que concerteza irá influenciar o futuro. Mas isso não o tenho de fazer pensando no terminus, na morte, no fim. Isso poderei fazer hoje e para o amanhã. Não quero cair no erro de tentar viver quando a vida está prestes a acabar. Não. Quero viver plenamente. Nem que seja só por hoje. E como filha desta terra que sou, apenas posso dizer que prefiro "caminhar com bom tempo, numa terra bonita, sem pressa, e ter por fim da caminhada um objectivo agradável: eis, de todas as maneiras de viver, a que mais me agrada." (Rousseau)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu no meu melhor!


À excepção dos wc's, todas as divisões da minha casa têm portadas. E quando se faz limpeza é uma maravilha, vou entrando por um lado e saio por outro, fechando atrás de mim as portadas. Ora, num belo dia (por acaso ontem), tanto fechei, tanto não fechei que fiquei "trancada" no quintal. "Mas não faz mal!" (dizem vocês) "Vais a casa de tua mãe, que são uns 500 metros e trazes a chave suplente".
Pois! Mas isso era se o portão da rua não estivesse trancado e chaves onde??? Pois! Dentro de casa!
E vocês insistem "Então telefona!", coisa inteligente caso o telemóvel não estivesse ao lado das chaves!
E vocês a desesperar "Chama um vizinho". O normal, se não fosse o caso de eu não ter vizinhos e apenas avistar um burro a pastar!

Dói, não dói? (eu sei! Não precisam dizer nada!)

domingo, 25 de abril de 2010

Para que serviu o 25 de Abril de 1974?


Para a nação inteira, foi o golpe de estado que derrubou o regime ditatoral instaurado por Salazar, que trouxe liberdade e desenvolvimento politico-social do país (etc, etc).

A mim, para além disso, serve também para me lembrar que daí a uns mesitos completo os mesmo anos de cada comemoração.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A minha estrada


Ao longe, as nuvens pareciam aterrorizar todo o viajante que se atrevesse aproximar.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ai se o chefe te apanha!...

Num dia demasiado complicado, o nosso chefe solta um "merda", não muito sonante, nada que incomodasse a equipa mas bastou para ser alvo de reparo da administrativa que revelou não gostar de ouvir asneiras. A equipa entreolhou-se mas nada disse. O certo é que todos começamos a ter mais cuidado nos nossos desabafos.
Esta semana, numa reunião em que estávamos a discutir sobre um determinado imóvel abandonado, salta-se a dita administrativa (que deveria apenas estar a ouvir!):
- Realmente deveriam pegar naquela casa. Está degradada e muitas pessoas usam-na para ir lá cagar e mijar e é um fedor que não se pode!

terça-feira, 20 de abril de 2010

O tempo


Há semanas que não tenho um fim-de-semana, um dia de descanso. E se antes, tudo o que girava em torno de mim tinha de estar arrumado, metodicamente organizado, ter sequência ou a roçar quase o intocável, hoje nem penso sequer no amanhã e tento aproveitar cada minuto do dia, do presente.
Deixou-me de incomodar os brinquedos da minha filha espalhados por toda a casa ou das brincadeiras dela do faz-de-conta em que calça os meus sapatos, mete as minhas pulseiras e vagueia pela casa a dizer que vai "pó tabalho".
Delicio-me a preparar o jantar para a família pois sei que é um momento onde se contam todas as novidades e se fala do que cada um fez durante o dia.
Não me importo de ver o sofá desalinhado na sala, porque o arrastei para pé da lareira nem da manta polar que anda constantemente desalinhada.
Fico enternecida quando o meu sobrinho de 3 anos me liga e me pergunta quando o vou ver.
Não me incomoda perder 5 minutos frente ao meu jardim e ver como as minhas roseiras florescem.
Deixei de me chatear porque o tapete da sala não está convenientemente aspirado.
Descubro que o tempo que me falta não me faz assim tanta falta. Abandonei as coisas superficiais e dediquei-me, no tempo que tenho, a tudo o que verdadeiramente interessa porque afinal, "perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes" (Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A pérola


Colega (ao telefone) - Hoje não vou poder ir trabalhar!
Eu (num suspiro à espera de algo transcendental) - Então o que te aconteceu hoje?
Colega - Fui passear ontem à noite de carro até ao rio. Cheguei lá e ao fazer inversão de marcha, não vi que tinha terminado a estrada e fiquei suspenso!
Eu - Desculpa???
Colega - Sim! Fiquei com metade do carro em terra e outra parte suspensa. E o pior é que quando consegui sair desta situação fiquei sem travões e tive de deixar o carro lá no rio.
Eu - Jesus....
Colega - E como não tenho carro, não posso ir trabalhar!
Eu - Claro, claro! (num tom muito preocupado como se tivesse acreditado em tudo)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Momento zen da semana

Foto: Najla
No fim-de-semana passado tive de trabalhar. Subi serras, desci serras, apanhei um valente escaldão no nariz, as sardas das bochechas lá deram o ar da sua graça (detesto!!), tinha umas grandessíssimas dores de pernas e de pés, assisti a entranhas (de animais selvagens, note-se!) com brucelose e prurido (dispensava esta parte), comi uma grande tigela de gaspacho (que soube tão bem!) e tive o privilégio de desfrutar desta paisagem!
Só por isto valeu a pena ir trabalhar!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

E para desanuviar a coisa....


Hoje, o derby dos derbys.....Benfica - Sporting!

Ca nervos!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sempre!

Costumo fazer uma ponderação do meu ano, não no fim, mas sempre no Outono. Não sei porquê mas esta estação sempre foi para mim, o inicio de um novo ciclo. E como todas as pessoas, pondero o bom e o menos bom, mas consigo, acima de tudo, dizer que fui feliz! Consigo sobrepor os bons momentos aos que passei menos bem e dizer que sou feliz! Sempre!
Mas hoje, apesar de não ser Outono nem fim de ano, faço a ponderação, não do ano que passou, mas dos meus últimos sete.
Desde 2003 que enfrento e desafio, numa luta desigual e com armas diferentes, a morte. Ela tem-se vestido de muitas cores, tem-me montado diversas ciladas, tem-me feito cair demasiado fundo. E eu, apesar de muitas vezes, já sem forças, já sem animo, encaro-a de frente e continuo a dizer-lhe que sou feliz! Sempre!
Depois de ter saído de um coma, provocado por uma septicemia, e que resultou numa amnésia, tive, no ano a seguir, de enfrentar um divórcio conturbado. Um divórcio que me fez começar tudo de novo, que me fez, inclusive mudar a minha própria vida. A partir de 2005 assisti ao desaparecimento dos meus 3 avós. Em cada ano, perdi um. E a maior perda, em 2008, foi a morte da minha avó Maria. A minha fiel amiga. Aquela que me ajudou a dar os primeiros passos e que assistiu à minha primeira palavra. O meu ombro e o meu colo desaparecia. Olhei de novo a morte e desafiei-a. Disse-lhe que apesar de me ter levado todas estas pessoas, eu continuava a ser feliz.
E em 2009, volto a frequentar os corredores dos hospitais. Desta vez com o meu marido. Rezei a Deus, e perguntei-Lhe tantas vezes "porquê eu?". E quando julguei que Deus me ouvira, cá estou eu, em 2010, a rezar-Lhe novamente, aos pés de meu pai e sempre com a mesma dúvida "porquê eu?". Os dias nos corredores deste hospital, parecem anos....parecem eternos. Não sei porque a vida, o fado, o destino ou o que lhe quiserem chamar, resolvem colocar-me constantemente à prova. Numa prova impiedosa. Num combate desigual e desleal.
Não me lembro de ter partido nenhum espelho, nem passar por debaixo de nenhumas escadas e nem tão pouco de fazer pacto com o diabo, mas, confesso-vos, de alma aberta, de peito ferido, estes sete anos tem-me sugado a minha força, a minha vontade, a minha vitalidade!
E mesmo com estes sete punhais no coração, ainda tenho força para dizer, para gritar ao mundo, que apesar de tudo, eu sou feliz. Sempre!